O nada conto de fadas do Covid
Era uma vez, numa pequena e pacata vila de Portugal, em que um filho diz à sua mãe para não ser vacinada. Um ato de amor, dígamos, porque a vacina mata e contém chips e rede 5G para controlar a população.
Meses depois, aumenta o número de casos de Covid-19 em Portugal, com a variante Beta a ser a maior responsável. Mas nessa pacata vila, as velhotas só ligam a televisão única e exclusivamente para verem 'o gordo' e vão logo imediatamente dormir, portanto essas notícias não chegam até elas.
As velhotas são na sua grande maioria viúvas, os filhos moram fora e matam o tempo livre que têm a fazerem artesanato e a falarem entre elas, nos quintais umas das outras... as redes sociais de antigamente.
Nesse grupo, ainda com alguns membros, está uma outra velhota, vacinada e a única a usar máscara, porque a filha a aconselhou a ter cuidado com o Covid sempre que estivesse com alguém... Essa velhota de máscara é coagida a tirar a máscara porque ali 'ninguém está doente' porém mantém-se firme e mantêm a máscara.
Dias depois, a velhota cujo filho a privou da vacinação é admitida nas urgências do hospital. Diagnóstico: Covid-19.
A velhota fica internada nos cuidados intensivos, com prognóstico reservado.
Todas as outras velhotas e a família da velhota infetada contactam a Saúde 24 e têm que fazer teste PCR... Uns dão positivo, outros nem por isso.
Enquanto isso o estado da velhota infetada piora e na noite passada acaba por falecer.
Enquanto isso a velhota de máscara, a única velhota responsável e consciente do risco de não usar máscara implicava, deu sempre negativo a todos os testes.
A velhota de máscara é a minha avó e a velhota que faleceu era sua vizinha, mais uma que se deixou comandar pela ignorância do filho, inundado em teorias da conspiração e graças a essa teimosia, acabou por perder a mãe.
Que será que esse filho vai dizer em relação aos cuidados e à vacina? Irá aceitar o facto da vacina sempre ser necessária? Porque se a mãe tivesse sido vacinada e tivesse sido na mesma infetada, muito provavelmente seria uma positiva asintomática ou com sintomas ligeiros, semelhantes aos de uma constipação, e nunca teria tido que lidar gravemente com a doença. Ou será que vai na mesma ignorar a vacina?
Sejam conscientes, vacinem-se!